Empréstimos às famílias e empresas baianas crescem 22 por cento em um ano

 

Com a facilidade de crédito e a gradual redução de juros, as famílias, empresas e até governos ampliaram as suas dívidas neste ano. A boa notícia é que o aumento do endividamento, que apenas no mês de setembro de 2012 alcançou R$ 77 bilhões, considerando apenas pessoas físicas e jurídicas na Bahia, supera em 22% o volume de recursos no mesmo mês do ano anterior e não tem se transformado, na mesma proporção, em aumento da inadimplência. Este é o assunto abordado nesta semana no programa Encontro com Gabrielli, que está disponível para download no site www.facebook.com/encontrocomgabrielli.

De acordo com o secretário do Planejamento e ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, este é um assunto que merece total atenção e merece uma análise criteriosa. “Primeiro a questão das famílias: essas dívidas comprometem parte da renda, mas de acordo com o Banco Central, em apenas 5,78% dos casos se convertem em inadimplência”, afirma.

No seu comentário, Gabrielli indica que apenas as operações de crédito tomadas por pessoas físicas, no mês de setembro, na Bahia, totalizaram R$ 37 bilhões. No trimestre houve crescimento de 5,1% e na comparação dos últimos doze meses, entre setembro de 2012 e 2011, a expansão do crédito foi de 34,78%. “Quando vamos olhar qual o motivo desse aumento do endividamento descobrimos que os baianos estão comprando mais imóveis e automóveis. Além disso, estão trocando dívidas mais caras por mais baratas com a utilização do crédito consignado, que é aquele empréstimo que desconta direto no contracheque e normalmente tem juros menores”, diz Gabrielli, lembrando ainda que no último ano essas três modalidades cresceram 36%.

Quando o assunto são as empresas baianas e o Governo do Estado, o titular da pasta do Planejamento destaca um ponto em comum. “Os dois segmentos têm a intenção de aumentar os investimentos, sendo que um é para crescer ao ampliar a competitividade, e o outro para melhorar a infraestrutura logística, que são as estradas, aeroportos e hidrovias”, esclarece Gabrielli.

Segundo o Banco Central, as empresas baianas fizeram empréstimos que totalizaram aproximadamente R$ 40 bilhões apenas no mês de setembro de 2012, um crescimento de 11,7% no último ano. “Os setores empresariais que estão recorrendo aos financiamentos são, particularmente, a petroquímica, para modernizar as indústrias e ganhar competitividade nacional e mundial, e o setor da construção civil”, ressalta Gabrielli.

O secretário do Planejamento da Bahia aponta ainda que os governos também estão recorrendo aos financiamentos para ampliar os investimentos. “A Bahia, por exemplo, duplicará o volume de investimentos em 2013. Serão R$ 4,2 bilhões aplicados, prioritariamente, na área produtiva, onde se pretende criar novos postos de trabalho e gerar renda para a população”, afirma.

Ele diz ainda que “o setor de transportes, que integra a área produtiva, será beneficiado com R$ 854 milhões, cerca de 213% a mais do que em 2012”, pontua.

Por fim, Gabrielli pondera que é necessário equilibrar os financiamentos com a capacidade de pagamento. “As famílias devem honrar os compromissos para não perder os imóveis e os carros, e as empresas devem produzir e vender mais para pagar os juros e amortizar os empréstimos. Os governos, por sua vez, estão comprometendo os fluxos de rendimentos futuros”, afirma.